segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Banda e negação de mim

Escrever é ofício duro, as palavras são flores que despontam sem berço, e ora quedam encurtando a frase que deveria ser dita ou descarrila para a tracejo já costurado e repetido e de delongada transpiração inconsciente. A maneira mecânica, tinhosa e tresrepetida do diagrama retórico se volta contra o orador e só então os amigos para segui-lo.

Porque amizade também cansa, e precisa estar separado para frutificarem a pessoalidade amiga absorvida na própria carne nos meios por onde andam, passam, até arrumarem novas armas para favorecerem o combate contra as idéias do amigo. Ele são admiráveis, e impossíveis.

Franqueza é coisa que se cuida essencial numa amizade; coisa que como ideal de fundo é exigido, mas concretude em demasia pode passar por picuinha familiar; e família é aquela variedade de modos errôneos de se levar a vida, os quais nunca tomaríamos como modelo; ou segue-se a tradição exulto, com a honradez comprada.

E querem que os jovens, que se esforçam para encontrar tempo no dia para fazer mortos todos os seus desejos indispostos e preguiças bem-aventuradas tenham paciência e tolerância – TEMPO – para explicar às minúcias – Pai, a vida certamente não passa à essa maneira; e eu não estou aí pra dizer não...

Porque amor dentro de casa é aquilatado e amargo; senão a sua você diz que aqui a gente sente. Por quê de aplaudir com silvos de austeridade a boa conduta ou fazer silêncios desgostosos em censura à subversão por diversão? Alegria à mesa e à morte, convite audaz para vencer a vida! E que pisar amargo às escapadas da virtude aos soslaios perniciosos do gestual anti-ético, para ver quem sabe tratam? Entulho, minha família não é isso não; família é pedra sobre pedra, e sentimentos ardidos doem não se sabe onde, em quantos; hão de rachar-se e só.

A surdez é antiinflamatório que poucos sabem usar.

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