sábado, 18 de agosto de 2007

Allegro con spirito

Agora eu tenho em mim um homem que quer e até implora para ganhar. Não entendeu do não previsto enlace tortuoso desse mar de amar. Agora não é mais, é nova profecia dos deuses.

Confio. Tenho que um violoncelista não "acabou por encontrar" no violão o timbre da consciência altiva, dona reveladora da alma, motriz do sentimento vivo, mãe coletora de todas as paixões. Que se saiba: beijo não se pede, desejo não se define em mapa, amor não é moeda de troca.

Não me diga que não queres. O que teus gestos exaltados e cheios de gozo se disseram, sei que foram hesitantes.Não me pergunte "o que" para saber o "como" tracei e percebi da maravilha que foram as coisas, se, afinal, o que fores sem saber ? Em que momento deram-se os erros atropelados por mais erros durante a expressão partida - meio estranha, meio contida - que a consciência em vigília não atentou para o crime da ilusão ? Descreio, sei o que me causou, o que me fizeste. Faço perguntas para dialogar com o entrave da negação e encher o vão que me cobriu, tudo isso para me sentir melhor em ti.

Até pena eu de mim comunguei e excomunguei quando já não mais era nobre. Pedi por gratidão, apontei para a louvável expressão romântica da doação desnuda, digna de incontestável reconhecimento, e então, pedi que fosses o quão clara não consegui ser. Dispus-me a rasgar o coração exultante em palavras ingênuas e frias, no assalto do desejo à consciência.

Queime a madeira fria, acalente os meus anseios em aconchego, derrete os nós da apreensão. Amadurece coração amado, e ama a forma inédita de amar.

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