sábado, 16 de fevereiro de 2008

Rotos anjos

Não tenho mais posse de mim
As vozes que me dizem
Controlam ânsia e excesso
Volto a mim ainda duro.

Condigo as suas frases sonoras
Me traem incrédulos os ouvidos
Fastio da mente que ouvisse somente vibrações,
Intensas, amenas, surdas de julgo
Porque a vida cansa e pede vislumbre calado
Fora as cigarras meditativas e bem-te-vis [louvadores
Arrastassem somente as cobras, refestelassem [as bananeiras
Correndo apenas luz dos pensamentos

De instrumentos queixas, clamores, brados,
A linguagem musical surda fonemas sem fama,
Que regam, oram, apregoam pontes, fluem rio de idéias,
Chutam a política impulsiva, reverenciam as boas maneiras,
afastam e regressam o amor de amor de mim...

Fulo ímpeto de ganho mundo, exterior a conselhos,
Da otoacústica enternecida de rendição branca,
De cultivo frútifero de amores,
A juventude anelada de amores,
Rutilados em poucas vozes,
Vascularizados, diminutos a quatro intentos
Sorvidos sacrílegos,
Sofridos heréticos sem tempo.

























Marc Chagal - Violinist Amsterdam

Um comentário:

Unknown disse...

fico pensando..quantas vezes é necessario se perder na vida...quantas vezes até que tudo se acabe me lançarei no vazio perigoso de mim mesma na esperança de encontrar algo novo para trazer ao mundo?E que toda vez que faço isso sinto que posso acabar de vez com o caminho de volta e nunca mais caminharei fora de mim..sinto um medo agudo..ton agudo que ele me grita aos ouvidos o quanto sou sozinha..non entendo o amor nem o tempo nem as horas muito menos o porque ainda tento ficar por aqui